Amo muito Israel e sonho em voltar, só que da próxima vez não vou sozinho! Levo meu amor comigo. Quero mostrar para ela muito mais do que consegui conhecer em 1995.
Sei que foi pouco, mas foi inesquecível!
Na época minha mãe ficou muito preocupada e não queria que eu fosse, por conta das recentes notícias da morte do primeiro ministro israelense Yizhaq Rabbin e das agitações e manifestações públicas que estavam na mídia. Mesmo assim, duas semanas após a tragédia, eu estava em Israel.
Presenciei o emocionante evento em homenagem ao premier assassinado por outro judeu em Tel Aviv, uma tragédia abominável em todos os sentidos que vitimou a esperança de paz. Estava lá na noite e na hora da mudança de nome da Praça da Paz para Praça Yizhaq Rabbin.
Tirei foto de pôster com duas balas e a inscrição de um dos 10 Mandamentos, ou em uma tradução mais apropriada, 10 Pronunciamentos (Assêret Hadibrot - Dez Falas, ou 10 Ditos): "Não matarás".
A música, o luto, o lugar e a comoção de milhares de pessoas ao meu redor me transformaram. Falavam em hebraico comigo, me confundindo com um local no meio da multidão. Nunca tinha visto tanta gente bonita reunida em um mesmo lugar, principalmente as mulheres, de todas as idades. Não que eu me ache bonito como eles, mas confesso que fiquei lisonjeado. Pena que a beleza do povo se ofuscava com este momento de muita dor.
E foi assim que tudo começou, sofrendo e chorando junto com o povo da Torá. Quem me conhece mais intimamente sabe do meu amor por Israel, pelo hebraico e pela tradição mística, a Cabalá.
Esta música do vídeo abaixo, marcou minha vida. Foi apresentada no show ao vivo na praça, nesta noite em Tel Aviv. Ela entrou pelos meus ouvidos, sacudiu todos os níveis da minha alma e nunca mais saiu.
Na época não usávamos celular, muito menos conexão com internet, era tudo offline. Demorei décadas para encontrá-la no YouTube.
Voltando à viagem, nos dias seguintes em Tiberíades, cantarolei o que lembrava da melodia da música que ouvi ao vivo, para o guia turístico, também descrevi a cantora que se apresentou só, com voz e violão. Ele não reconheceu a melodia, nem a cantora, mas me deu a dica de lojas em um Shopping da cidade.
Depois de cantarolar e descrever a cantora em algumas lojas, encontrei uma vendedora com mais paciência e consegui identificar a música e a Corinne Allal em um CD coletânea de vários artistas. Tenho até hoje o CD, mesmo sem ter onde ouvir a mídia. É a primeira música do álbum e a única que eu gosto - One Hit Album.
Para comemorar a pequena vitória fiz um passeio noturno pela linda cidade e pra finalizar fui beber chopp nas margens do lago Kinnereth, também conhecido como "Mar da Galiléia". Chopp Goldstar.
Visitei também a maravilhosa Haifa, cidade portuária ao norte de Israel, Akko e as fortalezas dos Cruzados, a Galiléia, o Monte Tabor, o Rio Jordão, Massada, o Mar Morto, Nazaré, Belém, e diversos lugares maravilhosos em um roteiro criado basicamente para cristãos.
Até chegar em Jerusalém...
Uma noite eu e mais alguns brasileiros, fomos até uma boate perto do nosso hotel em Jerusalém. Lá dentro, alguns jovens, que obviamente faziam o serviço militar, se revezavam em cuidar do arsenal e dançar. Meninas e meninos armados com armas padrão do exército israelense, o que hoje seria carabina M4 (5.56mm) ou Tavor X95 (5.56mm). Eles também estavam em momento de lazer. Percebi que não bebiam, diferente de nós. Em nenhum momento nos sentimos ameaçados, dançamos como jovens brasileiros dançavam aqui, em uma boate de Jerusalém com armas pra todo lado. Fica fácil perceber que não teríamos esse sentimento de confiança em nenhuma cidade daqui no Brasil, dentro do mesmo contexto.
Visitei o Yad Vashem em Jerusalém, memorial oficial de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto e cheguei até aqui para me posicionar, motivado pelas lembranças e pelas notícias de suspeitos presos por planejar ataques à comunidade judaica aqui no Brasil nesta semana.
Sou pró-Israel. Ninguém verá um soldado israelense degolando bebês e cometendo barbáries contra civis desarmados, contra mulheres e idosos inocentes, nem mesmo a jovens dançando em festivais, coisa que certamente não existe no mundo restrito do palestinos. Os israelenses judeus, cristãos, muçulmanos e de outras religiões em Israel, não vivem como escudos humanos em suas amadas cidades, como os palestinos que infelizmente vivem oprimidos e protegendo ratos covardes, desumanizados, escondidos no subsolo.
Os terroristas não dão a mínima para a vida dos palestinos, só usam o povo massacrado como escudo e manobra de desinformação para a mídia global.
O Brasil tentou usando a presidência temporária do Conselho da ONU. Infelizmente o veto dos americanos frustrou uma boa proposta, no meu ponto de vista. A libertação de todos os israelenses sequestrados, somada a um cessar fogo temporário para a retirada dos civis na Faixa de Gaza me parece bem razoável, mesmo não tendo o menor conhecimento do assunto guerra ou diplomacia. O veto norte-americano é uma parte lamentável da geopolítica mundial que estamos vivendo.
Reitero que este registro é tão somente para afirmar o meu #POV e para fazer uma declaração:
Desejo e espero que, se for desejo do Eterno, viverei tempo suficiente para ver a paz em Israel e revisitar o país, mas desta vez com um roteiro bem cabalístico e também mais romântico na terra do leite e do mel.
Com a minha mulher, mãe dos meus filhos e avó do meu neto. Tenho certeza que ela também vai amar Israel.
Eu também fiz a travessia do Mar Morto, saíndo do Egito, a caminho da Terra Prometida. Nesta foto, do outro lado do Canal de Suez dá para ver o Sinai, onde fica a Faixa de Gaza.
Desejo a todos aqui e em Israel Shabat Shalom!!!
Arieh André - 10/11/2023
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